Arquitetura Medieval
As casas eram construídas em madeira ou pedra. Tinham dois ou mais
andares com sacada, projetando-se sobre a rua. Explica em parte a fisionomia
das cidades medievais, retratadas como sombrias e pouco arejadas, apesar das
janelas não terem vidros.
As casas medievais tinham as lareiras no meio da sala, longe das paredes
de madeira e para evitar os incêndios.
Os temas artísticos
eram invariavelmente religiosos, e as obras, quase sem exceção, estavam nos
edifícios das igrejas. Assim, destacava-se à arquitetura, com a construção de
templos, igrejas, mosteiros e também castelos.
A decoração de interiores foi símbolo de prestígio durante muito tempo,
já que somente as classes altas podiam permitir-se o luxo de tratar com apuro e
refinamento os espaços internos de suas mansões e palácios. Com a fabricação de
objetos em série, a decoração ficou ao alcance da classe média, embora os
arquitetos e decoradores de prestígio, os materiais nobres e as peças raras
continuem restritos aos privilegiados.
Na Idade Média européia
predominaram dois estilos arquitetônicos: o românico e o gótico.
As construções em estilo românico (século X, XI e XII) caracterizavam-se por arcos redondos, paredes grossas, grandes colunas, janelas pequenas e interior pouco iluminado. Os principais materiais utilizados para a construção de edifícios eram a pedra e o tijolo. Na altura os tetos dos edifícios eram de madeira e, por isso, havia muitos incêndios. Por esta razão, esses tectos de madeira foram substituídos por abóbadas. Devido a estas abóbadas (de estilo bizantino) as paredes tiveram de se tornar espessas para sustentar tanto peso. Para as sustentar era necessário o uso de contrafortes em abundância. Para que os edifícios não se desmoronassem, o uso de janelas e vitrais passou a ser tão reduzido que quase não se notava os detalhes do interior dos edifícios, pelo fato de haver pouca luminosidade.
Catedral de
Worms, Alemanha, estilo românico, século XII
As construções em
estilo gótico (final do século XII até o século XV) caracterizavam-se pelos
arcos em formato ogival, janelas maiores e mais numerosas, paredes altas e
interior iluminado. . Igrejas gigantescas, que
simbolizam a tentativa de alcançar os limites celestes e tocar, com suas torres
pontiagudas, em Deus. Altas e espaçosas, serviam para acolher em seu interior o
maior número possível de fiéis, o que era difícil de se fazer nas igrejas de
estilo românico. Para dar suporte à tamanha grandeza, surgiram inovações
arquitetônicas, como os arcobotantes, que escoravam as altas paredes
externamente para liberar o interior da igreja; colunas nervuradas mais
delicadas e capazes de suportar maior peso; arcos ogivais responsáveis pela
elevação vertical da construção e pela distribuição do peso das abóbadas em
vários pontos simultaneamente. Na decoração interna, destacam-se rosáceas e vitrais muito
coloridos e trabalhados, que causam um mágico efeito de luzes, cores e sombras.
Catedral de
Chartres, França
Mobiliário da Idade Média
A vida na Idade Média era instável, pois se mudavam com freqüência. Os
camponeses possuíam poucos móveis, além de objetos confeccionados toscamente
pelos habitantes da casa para uso cotidiano. Já nobreza levava uma vida que
consideraríamos pouco amena pelos padrões modernos.
Os móveis na idade média eram escassos, até mesmo nas
famílias importantes. Eles limitavam-se a satisfazer as necessidades básicas de
comer, dormir, sentar, armazenar e na época de alfabetização de ler e escrever.
Os móveis deste período tinham a função adicional de
expressar a posição social ou status no interior da casa, principalmente nos
tecidos suntuosos.
Os reis e os grandes barões deslocavam-se constantemente
de residência em residência, o que significava que a maior parte das peças de
mobiliário tinham de ser facilmente transportáveis. Um exemplo disso são arcas,
eram fortes e podiam ser transportadas em carroças.
As mesas eram geralmente constituídas por tampos
assentados em cavaletes.
As formas usuais dos móveis de assento eram o banco comprido,
o banco para uma pessoa e o banco comprido de costas altas. A cadeira era um
símbolo de autoridade e tinha a forma de um x, por vezes de fechar, por vezes
fixo, ou então consistia numa estrutura quadrada tipo trono.
Os elementos mais importantes do mobiliário eram os
tecidos: cortinados para proteger das correntes de ar, tapeçarias e colchas. Até
o século XVII, as descrições das camas falam de cortinados, nem sequer
mencionam a armação de madeira que servia apenas de base. Em muitos casos, o
banco servia de cama e as camas mais requintadas, construídas à maneira de uma
caixa, serviam de assentos durante o dia.
A cama em forma de caixa foi uma das formas de mobiliário
mais duradouro. Um segundo tipo de cama,
inventado na Idade Média e que foi utilizado durante muito tempo, era a
cama-armário. O armário era muitas vezes completamente fechado, com uma porta
de entrada. Numa época em que era difícil preservar a intimidade e em que maior
parte das salas tinham vários usos, as vantagens desta cama era evidente.
O Estilo Romântico foi gradualmente substituído na
Europa Ocidental pelo Estilo Gótico, nos fins do século XII e princípios do
século XVII. O arco semicircular foi superado pelo arco de ogiva. Ambos os
estilos arquitetônicos se refletiram no mobiliário.
A Europa medieval era um continente cercado, dilacerado
por violentos conflitos internos. Não havia espaço para luxos, nem havia uma
especialização do trabalho que permitisse o aparecimento de novas funções, que
por sua vez teriam dado origem a novas formas de mobiliário.
As funções do mobiliário no século XV eram praticamente
as mesmas que no século VIII.
A evolução afetou apenas pequenos pormenores: à medida
que os marceneiros adquiriam maior perícia, as arcas se tornavam mais leves. As
arcas de viagens eram talhadas de maneira artística e minuciosamente
trabalhadas com relevos, inscrições e enfeites diversos.
Os móveis aparecem sustentados por pés altos onde se
esculpiam adornos de folhagens, animais selvagens e pergaminhos enrolados.
Se o gênero dos móveis usados não mudasse muito, houve
grandes alterações na decoração das peças.
O estilo arquitetônico gótico se impôs em todas as artes
e os carpinteiros e marceneiros adaptaram aos motivos decorativos da
arquitetura.
Camas mais confortáveis, com imensos colchões de pluma,
pesadas cobertas e cortinados belíssimos bordados.
O hábito de revestir as paredes com lambris ou painéis
de madeira encaixados em armações refletiu-se nos processos de fabricação de
mobiliário, levando ao aparecimento de camas fechadas e de cadeiras de assento
apainelas em forma de caixa, e de costas e braços fechados.
Na arte gótica o mobiliário alcança resultados
inesperados em um domínio e perfeição do desenho dos mínimos detalhes.
O estilo gótico alcançou seu apogeu no século XV, que
foi também o seu ultimo período.
Ployant, França, cerca de 1675. A capa de tecido é
moderno, mas o sistema de montagem forro é idêntico ao original. O tecido
é entre os dois trilhos laterais, para ser pregado para corrigi-lo, perpetuando
ar tipo tradicional medieval e renascentista. A escolha desta solução é
que banco é um cortesão, servindo uma função cerimonial, de modo que a
tipologia de responder visualmente ligada ao passado.
Poltrona Castilla, da segunda metade do
século XVII. Museu Nacional de Arte
Decorativos. Original forro de couro montada no ar, com pregos de Bollon.
Decorativos. Original forro de couro montada no ar, com pregos de Bollon.
Postado por: Beatriz Krüger e Jessica Storch.
Excelente artigo! Faltam artigos sobre mobiliário e decoração de interiores na internet. Obrigada!
ResponderExcluirVerdade! Também não encontrei muitas opções.
ExcluirMaravilhoso artigo!
ResponderExcluirAmei, todo o conteúdo. Excelente explicação.
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