terça-feira, 6 de novembro de 2012

LUÍS XVI E DIRETÓRIO


ESTILO LUÍS XVI
Luís XVI de Bourbon, nascido em 23 de agosto de 1754 em Versalhes e executado em 21 de Janeiro de 1793 em Paris, foi rei da França (1774-1791).Era filho do Luís XV e de Maria Josefa de Saxônia e esposo de Maria Antonieta da Áustria (com quem se casou com 16 anos).
O estilo Luís XVI é um estilo de decoração de interiores e mobiliário que se desenvolve a partir de França durante o reinado de Luís XVI e que se estende além deste, entre aproximadamente 1774 e 1792. Este estilo segue as linhas do estilo Luís XV, sendo que, entre o final deste e até 1774, existe um período de transição que se traduz em alterações superficiais do foco decorativo e não estruturais.
O estilo assimila simultaneamente duas características distintas, a do estilo anterior, dentro do espírito do rococó, e a do neoclassicismo, que só assumirá toda a sua força após a Revolução Francesa. O estilo Luís XVI é, deste modo, um estilo híbrido, que conjuga nas suas peças vários elementos opostos, criando assim uma estética muito própria.
A corte vai ser mais uma vez o modelo da nova estética, onde a própria rainha Maria Antonieta, com as suas múltiplas encomendas para o Petit Trianon, se vai tornar numa das peças chave no desenvolvimento do estilo. Também a Madame de Pompadour, que se tinha rendido ao gosto do estilo Luís XV, se começa a interessar pelas novas formas revolucionárias.

 

Os interiores

Os interiores mantêm-se confortáveis, com as cores suaves a harmonizar com o mobiliário, e onde os tecidos assumem extrema importância.
Um salão do estilo Luís XVI: o Cabinet doré de la Reine, Palácio de Versalhes

Caracterização do mobiliário

Maior simplicidade, sobriedade e rigidez. Dominam as linhas perpendiculares, ângulos retos e superfícies planas; Continuam-se a utilizar os mesmos materiais que no período anterior. No final do período surge o mogno, introduzido por Georges Jacob pelo seu aproveitamento de elementos do estilo Chippendale em Inglaterra. Continuam-se a aplicar ao móvel os bronzes (dourados) finamente cinzelados.

Como elementos decorativos eram usadas terrinas, medalhões, ovais, instrumentos musicais; de inspiração na Antiguidade Clássica: frisos, colunas, folhas de laurácea, setas; de períodos anteriores (Barroco e Rococó): grinaldas, drapeados, entrelaçados; inspiração na natureza: troféus com instrumentos de jardinagem, rosas, pérolas;

A principal característica das cadeiras reside no fato das pernas perderem as suas curvas e passarem a se assemelhar mais a verdadeiros elementos visíveis de suporte. As pernas direitas podem ser de secção quadrangular ou circular, estreitando em direção ao chão e apresentando caneluras a direito ou em espiral. As pernas são ligadas à cintura (parte inferior do plano horizontal de assento) através de um cubo decorado. O espaldar (apoio para as costas) apresenta uma moldura e pode ser retangular (carré à la Reine), oval (na vertical, dossier à medaillon) ou ainda vazado (com aberturas). Podem ser mantidas com a cor natural da madeira, pintadas ou douradas. Um das novas tipologias é a Bergère en confessional, uma espécie de sofá com apoios laterais para apoiar a cabeça.

 

 
Bergère

 

Sofá en suite de final do período. 

 
Causeuse e fauteuil de final do período. Estofos em tapeçaria de Beauvais.

ESTILO DIRETÓRIO
estilo Diretório é um estilo decorativo de design de interiores e mobiliário, que se observa num curto período de tempo entre o fim do século XVIII e início do século XIX na França.

O estilo Diretório abrange o final do reinado de Luís XVI, sendo um estilo transitório entre Luís XVI e o Império, porém tem mais características do estilo Império. Após a Revolução foi um período em que a situação econômica da França estava péssima.


Este estilo caracteriza-se pela fusão formal entre o caráter mais sóbrio e severo do estilo Luís XVI, conseqüência da reação ao luxo de uma sociedade conturbada e empobrecida devido à revolução, e os novos elementos de antecipação do estilo império, nomeadamente os símbolos de glória do imperador Napoleão I.

A descoberta das ruínas de Pompeia vai fazer emergir toda uma série de gostos classicistas, que vão ser reavivados um pouco por todas as expressões artísticas, apresentando a pintura uma enorme variedade destes elementos assimilados. Exemplo disso são as pinturas de Jacques-Louis David, onde se podem observar, não só várias peças de mobiliário inspiradas nos achados de Pompeia, como também a nova moda no que diz respeito à indumentária, especialmente a feminina.

Mobiliário
O mobiliário do estilo Diretório evoluiu a partir de Luís XVI como se os estilos continuassem sem se perturbar com a revolução. Não aconteceu no mobiliário uma revolução artística súbita e completa como foi na política, filosofia e na sociedade.
No período os marceneiros mostraram lealdade ao regime, eliminando motivos e desenhos que lembrassem à monarquia. As proporções e linhas do estilo Luís XVI foram conservadas, tendo por ornamentos motivos clássicos ou revolucionários.

Os móveis eram pintados com tons esbranquiçados, às vezes com linhas vermelhas e azuis, que eram as cores da bandeira da liberdade.
Os móveis eram inspirados através dos baixos relevos gregos e romanos; continuavam com as pernas retas, às vezes as pernas de trás se curvavam ligeiramente para fora (arcadas), sendo denominadas por pernas “em sabre”. Os encostos eram curvos terminados em rolo exteriormente, voltados para trás terminando em voluta.

Caracterização formal do mobiliário
Estruturas: depuradas e simples, proporções equilibradas, linhas direitas ou curvas discretas, e decoração de inspiração na Antiguidade;
Materiais: uso generalizado de materiais mais baratos. Madeira (mogno maciço ou folheado, cerejeiralimoeiro) e quase ausência total de bronze e talha aplicada ao mobiliário. Moda de mobiliário totalmente feito em metal à semelhança das peças encontradas em Pompeia;

Pintura: o mobiliário é freqüentemente lacado apresentando uma enorme gama de tons (violetaslaranjas e preto); os motivos escultóricos destacam-se em cores vivas sobre fundos escuros, à moda de Pompeia.
Tipologias:
Cadeiras: Mogno ou faia pintada; espaldar vazado (com aberturas) terminando em banda horizontal abaulada ou enrolada para fora na parte superior, pernas simples, de secção quadrada ou circular, em que as de trás podem fazer uma ligeira curvatura para fora.
A mesa guéridon, antes redonda e de pé central, recebe três pés em bronze para sustentar o seu tampo de mármore trabalhado.

As cômodas, mesinhas, secretárias e penteadeiras recebem linhas mais rígidas.

Nomes de destaque: De entre os artífices que trabalham de um modo mais simples e rápido para clientes menos exigentes, sobressai Georges Jacob, um dos poucos que continua a desenvolver trabalhos de qualidade segundo a tradição dos estilos anteriores. Efetuou várias peças de mobiliário para as pinturas de Jacques-Louis David.

Surge o “psyqué” que é um espelho emoldurado móvel, preso entre dois montantes de madeira ou metal.


Referências:
 Slides da aula
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Lu%C3%ADs_XVI_de_Fran%C3%A7a
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Estilo_Lu%C3%ADs_XVI

Postado por:Beatriz Krüger e Jessica Storch.

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